O que são CRIs e CRAs?
CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) são títulos de crédito emitidos por securitizadoras, que captam recursos para setores específicos:
1. CRIs: voltados para o setor imobiliário.
2. CRAs: direcionados ao agronegócio.
Ambos são uma forma de investimento em renda fixa, onde você empresta seu dinheiro para empresas que atuam nesses setores e, em troca, recebe uma remuneração (juros) pelo período que seu dinheiro fica aplicado.
Diferenças entre CRIs/CRAs e Debêntures
As debêntures são um pouco diferentes. Elas são títulos de dívida emitidos diretamente por empresas para captar recursos no mercado, que podem ser usados em diversos projetos, desde expansão até refinanciamento de dívida. As debêntures, portanto, não estão necessariamente vinculadas ao setor imobiliário ou ao agronegócio, como é o caso dos CRIs e CRAs.
Como investir em CRIs e CRAs?
1. Plataformas de investimento: Hoje, várias corretoras e plataformas de investimento disponibilizam CRIs e CRAs. Para investir, você precisará de uma conta em uma corretora. Algumas corretoras brasileiras bem conhecidas, como XP, BTG Pactual, ModalMais, entre outras, oferecem esses produtos.
2. Pesquisa e análise: Antes de investir, é fundamental entender os detalhes de cada CRI ou CRA, como prazos, rentabilidade e a qualidade do ativo (garantias e histórico da empresa). Esses investimentos podem ter taxas prefixadas (definidas no momento do investimento) ou pós-fixadas (ligadas a índices como o IPCA ou CDI).
3. Tributação: Uma vantagem dos CRIs e CRAs para pessoas físicas é que são isentos de Imposto de Renda sobre os rendimentos. Isso pode tornar a rentabilidade líquida deles mais atrativa em comparação com outros investimentos de renda fixa tributados.
4. Riscos: Embora sejam considerados investimentos de renda fixa, CRIs e CRAs possuem riscos, especialmente o risco de crédito. Isso significa que, caso a empresa ou setor tenha problemas financeiros, existe o risco de você não receber o pagamento.
Passos práticos para investir
1. Abra uma conta em uma corretora*de sua escolha.
2. Pesquise as opções de CRIs e CRAs disponíveis. Muitas vezes, esses produtos têm uma ficha técnica ou relatório de análise que você pode consultar.
3. Faça a aplicação diretamente pela plataforma da corretora. Tenha atenção ao prazo de vencimento do título, pois esses investimentos geralmente têm prazos longos.
4. Acompanhe o investimento, caso queira reinvestir ou vender, se houver mercado secundário (revenda antes do vencimento).
Esses produtos podem ser vantajosos para diversificar a carteira, especialmente se você deseja aproveitar o crescimento do setor imobiliário ou do agronegócio.
Principais diferenças entre CRIs, CRAs e debêntures.
Embora todos sejam investimentos de renda fixa, com algumas características em comum, existem distinções importantes entre eles.
1. Definição e Setor Atendido
– CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários):
– Destinados a financiar projetos no setor imobiliário.
– São lastreados em **recebíveis do setor, como financiamentos de imóveis, aluguéis ou parcelas de imóveis.
– CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio):
– Direcionados ao agronegócio.
– Lastreados em recebíveis do setor, como vendas de produção agrícola futura ou financiamentos agrícolas.
– Debêntures:
– Títulos de dívida emitidos diretamente por empresas de diversos setores (exceto instituições financeiras).
– O capital levantado pode ser utilizado para qualquer necessidade da empresa, desde expansão até pagamento de dívidas.
2. Emissor e Origem do Crédito
– CRIs e CRAs: São emitidos por securitizadoras, que são empresas especializadas em transformar esses recebíveis (dívidas de terceiros) em títulos negociáveis.
– No caso dos CRIs, os recebíveis vêm do setor imobiliário; no caso dos CRAs, do agronegócio.
– Debêntures**: São emitidas pela própria empresa que deseja captar os recursos, portanto, são títulos de dívida direta da companhia emissora.
3. Destinação dos Recursos**
– CRIs e CRAs: São vinculados a recebíveis específicos (como aluguéis ou financiamentos de imóveis e vendas de produtos agrícolas), o que significa que os recursos têm destinação limitada ao setor específico (imobiliário ou agronegócio).
– Debêntures: A empresa pode usar os recursos como quiser, sem a necessidade de ser vinculado a um setor específico. Por isso, as debêntures são mais flexíveis em termos de destinação.
4. Tributação
– CRIs e CRAs: São isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas, o que significa que a rentabilidade líquida (o que você ganha no final) pode ser mais atrativa.
– Debêntures: Normalmente, são tributadas com Imposto de Renda seguindo a tabela regressiva da renda fixa:
– 22,5% para investimentos com prazo de até 180 dias.
– 20% para prazos entre 181 e 360 dias.
– 17,5% para prazos entre 361 e 720 dias.
– 15% para prazos acima de 720 dias.
– Há exceção para as debêntures incentivadas, que são aquelas destinadas a projetos de infraestrutura (como estradas e saneamento), e também são isentas de IR.
5. Riscos
– CRIs e CRAs: O principal risco é o risco de crédito da securitizadora e do setor específico. Se o setor estiver em crise (por exemplo, o agronegócio sofrendo uma seca) ou se os clientes dos contratos não honrarem os recebíveis, o pagamento pode ser comprometido.
– Debêntures: O risco está diretamente ligado à solvência da empresa emissora. Caso a empresa passe por dificuldades financeiras, ela pode não conseguir honrar o pagamento da dívida. Em outras palavras, o risco de crédito depende do desempenho da empresa emissora e não de um setor específico.
6. Garantias
– CRIs e CRAs: Normalmente possuem garantias específicas. Um CRI, por exemplo, pode ser garantido por um imóvel, e um CRA pode estar garantido por uma produção agrícola futura.
– Debêntures: Podem ou não ter garantia. Existem debêntures:
– Quirografárias: Sem garantias, são pagas conforme a capacidade de pagamento da empresa.
– Subordinadas: Pagas após outras dívidas, caso a empresa entre em processo de falência.
– Com garantia real: Podem ter bens da empresa como garantia, como imóveis, equipamentos etc.
7. Liquidez
– CRIs e CRAs: Geralmente têm baixa liquidez, sendo mais difíceis de vender antes do vencimento, pois dependem de haver compradores interessados no mercado secundário.
– Debêntures: A liquidez também pode ser baixa, mas há mais opções no mercado secundário. Debêntures de grandes empresas tendem a ter liquidez um pouco melhor.
Resumo das Diferenças:
Aspectos Setor Emissor Tributação Risco Principal Garantias Liquidez | Cris/Cras Imobiliário (Cris) Agronegócio (Cras) Securitizadoras Isento de IR para PF Risco de crédito do setor Geralmente com garantia Baixa | Debênture Diversos Setores Empresas Diretamente Com IR, Exceto debênture incentivadas Risco de crédito da empresa Pode ter ou não garantia Variável (mais alta para grande empresas)
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Vale a Pena Investir?
– Para quem busca diversificação e quer exposição ao setor imobiliário ou agronegócio, os CRIs e CRAs podem ser interessantes, especialmente por conta da isenção de IR.
– Debêntures são uma opção para quem quer investir diretamente no crescimento de empresas e busca um retorno maior do que o de títulos públicos, mas é importante estar atento ao perfil de risco da empresa.
Esses investimentos são ideais para quem já tem uma carteira diversificada e quer opções além dos investimentos convencionais de renda fixa, como CDBs e títulos do Tesouro Direto.